sábado, 14 de agosto de 2010

"NÃO PODEMOS VIVER SEM O DOMINGO": O DOMINGO COMO LUGAR POR EXCELÊNCIA DA EUCARISTIA

Em Dt 5,12 encontramos o preceito que Deus deu a Moisés, segundo o qual o povo deveria “guardar o sábado”, para o “santificar”: “Guardarás o dia de sábado para santificá-lo, conforme ordenou Iahweh teu Deus”. O autor sagrado ainda afirma que o povo de Israel deve guardar o dia de sábado porque outrora havia sido escravo no Egito e, agora, experimentavam a liberdade que Iahweh lhes havia conquistado.

No livro do Gênesis, o autor sagrado nos mostra que Deus criou o mundo e tudo o que existe em seis dias e, no sétimo, descansou da sua obra. Esses dois relatos nos dão o significado do repouso sabático para o Antigo Testamento: o repouso do sábado se justifica em virtude da memória que nele fazemos da Páscoa-Criação (Gn 1) e da Páscoa-Libertação (Dt 5,12). No dia de sábado Israel repousava e prestava culto a Iahweh para celebrar as suas obras portentosas: a Criação e a Libertação da escravidão no Egito.

Os cristãos, todavia, perceberam que o sábado havia tido o seu valor no contexto do Antigo Testamento, mas que agora Iahweh preparava para eles um novo dia de celebração: o Domingo. O Cristo ressuscitou “no primeiro dia da semana” (Lc 24,1), isto é, no domingo. A Ressurreição é justamente a NOVA CRIAÇÃO e o NOVO ÊXODO. Agora, em Cristo, fomos gerados para a vida em Deus (NOVA CRIAÇÃO) e fizemos a experiência de uma verdadeira e definitiva libertação espiritual e não mais uma libertação apenas a nível político (NOVO ÊXODO). Logo, os cristãos perceberam que o DOMINGO se tornava para eles o principal dia de festa, era a sua PÁSCOA SEMANAL, o núcleo fundamental a partir do qual se formou o ano litúrgico como nós conhecemos.

Como os cristãos deviam celebrar o domingo? Já que nele celebramos a PÁSCOA definitiva (síntese de todas as outras experiências pascais do Antigo Testamento), devemos celebrá-lo tendo como centro aquele sacramento que nos relembra a Páscoa do Senhor até que Ele venha: a Eucaristia (Lc 22,14-20). O Domingo passou a ser então, para os cristãos, o dia próprio para a celebração da Eucaristia, a moldura, o pano de fundo, no qual a Assembléia Litúrgica se desenvolvia. Alguns mártires dos primeiros séculos que viviam na região da Bitínia, na Ásia Menor, chegavam a afirmar: “Não podemos viver sem o domingo”.

“Devido à tradição apostólica que tem origem no próprio dia da ressurreição de Cristo, a Igreja celebra o mistério pascal a cada oitavo dia, no dia chamado com razão o dia do Senhor ou domingo. O dia da ressurreição de Cristo é ao mesmo tempo ‘o primeiro dia da semana’, memorial do primeiro dia da criação, e o ‘oitavo dia’, em que Cristo, depois de seu ‘repouso’ do grande sábado, inaugura o dia ‘eu o Senhor fez’, o ‘dia que não conhece ocaso’. A ‘Ceia do Senhor’ é seu centro, pois é aqui que toda a comunidade dos fiéis se encontra com o Senhor ressuscitado, que os convida a seu banquete: O dia do Senhor, o dia da ressurreição, o dia dos cristãos, é o nosso dia. É por isso que ele se chama dia do Senhor: pois foi nesse dia que o Senhor subiu vitorioso para junto do Pai. Se os pagãos o denominam dia do sol, também nós o confessamos de bom grado: pois hoje levantou-se a luz do mundo, hoje apareceu o sol de justiça cujos raios trazem a salvação. (São Jerônimo) O domingo é o dia por excelência da assembléia litúrgica, em que os fiéis se reúnem ‘para, ouvindo a Palavra de Deus e participando da Eucaristia, lembrarem-se da paixão, ressurreição e glória do Senhor Jesus, e darem graças a Deus que os ‘regenerou para a viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo de entre os mortos’. (CIC 1166-1167)

Como a Igreja nos ensina, então, o domingo é o dia próprio da Eucaristia. Tanto isto é verdade, que a Igreja nunca impôs aos fiéis o dever de participar da Eucaristia em outros dias da semana, somente nos domingos e, mais tarde, em alguns dias que se revestem de especial solenidade. Desde os primórdios os cristãos desenvolverem a consciência de que deveriam celebrar no domingo o memorial da Páscoa do Senhor, a Eucaristia. São Justino nos relata isso no início do II século: “No dia ‘do Sol’ (isto é, o Domingo), como é chamado, reúnem-se num mesmo lugar os habitantes, quer das cidades, quer dos campos.” (CIC 1345) – Depois S. Justino descreve a celebração da Eucaristia.

Os primeiros cristãos, inclusive, celebravam a Eucaristia exclusivamente neste dia e, nos outros dia da semana, prolongavam a graça recebida na Grande Assembléia Dominical através da Liturgia das Horas, da oração dos salmos, como fizemos esta manhã.

Não podemos viver o domingo no espírito do “fim de semana”, mas devemos vivê-lo como o dia central na nossa experiência de fé.

O Papa João Paulo II escreveu uma Carta Apostólica intitulada “Dies Domini” (Dia do Senhor), que nos fala sobre o sentido cristão do domingo. Nós a resumimos em cinco pontos.



 Domingo como “Dia do Senhor”: celebramos no domingo a obra da criação. É o dia em que recordamos todas as maravilhas operadas por Deus na história da salvação, para santificarmos o seu nome.



 Domingo como “Dia de Cristo”: o domingo é a Páscoa Semanal. Nele celebramos a Ressurreição de Cristo e o dom do Espírito Santo, dois mistérios que, na verdade, são apenas um: a Páscoa.



 Domingo como “Dia da Igreja”: o domingo é o dia no qual a Igreja (a assembléia) é chamada a se reunir para celebrar em comunidade a presença do ressuscitado. Através da mesa da Palavra e da mesa do Corpo de Cristo os irmãos se congregam e tomam juntos o banquete pascal que se torna um encontro fraterno.



 Domingo como “Dia do Homem”: o domingo é também o dia do repouso e da solidariedade, é o dia da família, dia de ir ao encontro dos mais necessitados.



 Domingo como “Dia dos Dias”: o domingo é o dia que simboliza a eternidade, ele dá sentido a todo o tempo. Por ser o primeiro dia da semana é também o dia que vem depois do sétimo, que é o sábado. Assim sendo, os primeiros cristãos faziam uma interpretação simbólica do domingo dizendo: se ele é o dia depois do sétimo, logo ele é o oitavo dia, ou seja, o dia que simboliza a eternidade, o Dia de Deus, o dia sem ocaso (porque na contagem semanal dos dias não existe o oitavo dia), predito inúmeras vezes pelos profetas: “Está próximo o grande dia de Iahweh! Ele está próximo, iminente! O clamor do dia de Iahweh é amargo, nele até mesmo o herói grita.” (Sf 1,14) “Tocai a trombeta em Sião, dai alarme em minha montanha santa! Tremam todos os habitantes da terra, porque está chegando o dia de Iahweh! Sim, está próximo!” (Jl 2,1) No domingo podemos contemplar já aqui o que se realizará na eternidade; ele nos antecipa aquele dia “oitavo e último”, “dia sem ocaso”, o grande “Dia de Javé” no qual estaremos para sempre com o Senhor.

domingo, 1 de agosto de 2010

Olá amigos! Já cheguei em Dublin. Estarei aqui até o dia 28 de agosto. Rezem por mim: outra cultura, outra língua, é bastante difícil. Mas, com Cristo, conseguirei tudo. Abraços mil....

domingo, 18 de julho de 2010

Unidos em Cristo


Salmo 132

Vinde e vede como é bom, como é suave os irmãos viverem juntos bem unidos! É como um óleo perfumado na cabeça, que escorre e vai descendo até à barba; vai descendo até a barba de Aarão, e vai chegando até a orla do seu manto. É também como o orvalho do Hermon que cai suave sobre os montes de Sião. Pois a eles o Senhor dá a sua bênção e a vida pelos séculos sem fim.

Oração

Mestre, nós te pedimos, sê nosso socorro e nosso sustento. Salva os aflitos, tem piedade dos humildes. Levanta os que caíram, revela-te aos que precisam de ti. Cura os enfermos, reconduze os que se desgarraram. Reconforta os famintos, liberta os prisioneiros, reergue os que esmorecem, consola os que têm medo. Que todos os povos reconheçam que és o Deus único, que Jesus é teu Filho, que nós somos teu povo, as ovelhas do teu rebanho.
(São Clemente de Roma)